27 de abril de 2014

Final Fantasy XII - O Odiado Mas... Merecido?


Sabe aquele jogo que você vê todo mundo jogando e não vê a menor graça, mas quando joga se diverte pra caralho?

Esse jogo não é Final Fantasy XII, estou falando de The Legend of Zelda: A Link to the Past, faz pouco tempo que o conheci e adorei.

Mas se acha que vou falar mal do Final Fantasy XII, você errou. Ou melhor...

Quase errou!

Pasmem! Eu gostei desse jogo! *risada maligna de fundo*

Tamanho é o ódio dos fãs da franquia com esse jogo. Mas... merecido? Ao meu ver: NÃO!

Ele é um jogo injustiçado.

"Mas Juninho, você não gosta de Final Fantasy, lógico que você vai curtir o XII, você curte essas porras ocidentalizadas mesmo."

Calma meu jovem, não é assim que a banda toca.

Final Fantasy como eu já cansei de dizer tem enredos totalmente simples em todos os seus jogos e ficam se maquiando pra parecer grandes épicos à tordo e à direito... E isso simplesmente aconteceu em praticamente todos os jogos da série e nem preciso fazer uma lista com isso pra provar o que eu digo.

É uma boa ideia, mas não pra hoje!

Em todo caso, basta lembrar da cena da risada do X e ta tudo certo, acho que um argumento imediato totalmente constrangedor como esse será o bastante pra manter o que digo por agora.

Mas vamos ao foco, Final Fantasy XII.


Quem diria, eu gostar de um jogo desses, eu nunca imaginei!

Por motivos empresariais, Sakaguchi foi demitido da Square e suas ideias foram demitidas junto com ele. O que o meu ver é muito bom, eu não aguentava mais ver os elementos repetidos de seus jogos.

Digam o quanto quiser, a fórmula existe, e o link dela ta bem ali, provando a cada instante tudo que eu e o Dipaula já dissemos, se você gosta, aí é um problema só seu.

Então, seguinte, pegaram boa parte da equipe do Final Fantasy Tactics e misturaram com uma nova, e falaram assim:

"Porra, o Sakaguchi foi demitido, vamos pegar o que restou e vamos deixar eles resolver tudo do jeito que eles querem."

E aí surgiu um bom jogo, maaaaaaaaaaaaaaaaaaaas dá pra sentir a longo prazo o quanto algumas coisas foram "jogadas" ali dentro. Vamos começar com o enredo!

Basicamente, tudo nos mostra uma invasão militar, onde arruína o casamento de princesa Ashe com Rasler, príncipe do reino de Nabradia e com isso selaria a paz entre Dalmasca, reino de Ashe com Nebradia. Porém, durante o casamento de ambos acontece uma invasão do reino de Archadia.

O príncipe morre, o rei é morto e com isso temos um reino politicamente ferrado.

Ashe é dada como suicída. Basch, o cara que matou o rei é anunciado como executado e Archadia se aproveita disso pra poder politicamente tomar controle de Dalmasca alegando que os protegeria.


Ela não é uma coajuvante que rouba a cena, ela É A PROTAGONISTA!

Uma história simples e que não convence de muita coisa inicialmente, mas a proporção dela se torna muito maior depois.


Eis aqui a divisão de mares entre FFXII (assim como VI ou VII) dos demais. Ele não tenta ser o que não é.


A história é simples, com base simples, se desenvolve de maneira totalmente natural e coesa, e nem parece um jogo da série... 

Agora, um pouco de spoiler, porque todo mundo já sabe os enredos de FF mesmo, seja por internet, ou amigos... É uma franquia famosa, não me venha dizer que estraguei a graça...


...

O elenco desse jogo quando olhamos, temos um choque. Todo mundo é sem graça ou tosco. E isso se remete à todos.

Alguns tem mais desenvolvimento que outros, temos uns problemas aqui e ali mas vamos ver tudo que temos disponível.

Ashe - A Princesa Badass




De longe a real protagonista do jogo, há muitos e muitos rumores de dentro da SquareEnix que ela seria a personagem principal, a história eu não diria que gira em torno dela, e sim de Dalmasca, porém ela é a princesa, e ela meio que os representa. Mas Ashe tem um diferencial.

Ela é uma princesa REALMENTE forte. Lembra de Rosa, Celes, Tifa ou mesmo quase qualquer outra mulher de Final Fantasy onde em ALGUM MOMENTO por alguma situação, por mais forte que elas sejam, algo acontece e as fragiliza pro macho fodão aparecer e salva-la pra que assim póssamos levar ele a sério...


Isso defintivamente não acontece com Ashe, ela é uma princesa e guerreira. Quase uma Xena, só que sem metade do carisma. Ashe é uma mulher que defende a restauração de Dalmasca e sua subida ao trono com punhos de ferro, espada em mãos e se possível à base de banhos de sangue! Ela busca alianças com os reinos vizinhos e até mesmo com os que são protegidos por Archadia provando que sua ascenção ao trono seria bom pra todos, tentando assim várias alianças políticas pra derrubar Vayne e seu império archadiano.


Além de tudo, mesmo quando o enredo foge um pouco do foco, ela não foge, se ela ajuda alguém ou faz algo é totalmente focada em arrumar algum tipo de ajuda/informação pra seu reino, mostrando uma mulher realmente determinada. Só acho que ela precisava de um visual mais convincente, mas tudo bem!

E ela tem um amadurecimento incrivelmente bom, inacreditável como ela se desenvolve em níveis que se aproximam ao de Cloud do Final Fantasy VII no qual as coisas fazem ela crescer, de verdade, a proposta simples e ela ser uma princesa guerreira que luta com as próprias mãos pelo reino fazem a credibilidade dela crescer rápido! Realmente, eu fiquei chocado com o crescimento dela na história.

Basch - O Cavaleiro Injustiçado



Basch é um personagem que eu nunca entendi porque TANTO É ODIADO! Se ainda fosse somente pelo visual mega sem graça, eu entenderia. Mas não, ele não merece ser condenado por conta de seu visual totalmente patético.

Basch foi preso e torturado por dois anos, o cara foi injustiçado e carrega o fardo de ter matado o rei. Mesmo que quem tenha feito isso seja seu irmão gêmeo, Gabranth! Ele é um cara que estava no dia errado e na hora errada... Realmente ele precisava de um trevo de quatro folhas naquele dia pra se safar de tudo aquilo.


Mas o cara é muito foda, ele é de longe o melhor cavaleiro que eu já vi em Final Fantasy. E por que?

O cara é honrado, e leva sua horna a sério, ele foi dado como executado por traição de ter matado o próprio rei, mas ele sabe que não tem como provar isso de outra forma a não ser derrubando o império archadiano, salvando a princesa Ashe e com isso a voz dela, a voz de uma líder do reino de Dalmasca, anunciar publicamente sua inocência. Ele cumpre seu dever e não vê limites pra isso! Isso é ter culhões de verdade.

Então ele vai atrás disso, muitos alegam que depois de Ashe ter sido descartada como principal, ele seria o protagonista, boa parte da história gira em torno dele, o cara do bem e que quer provar ser inocente, mas acho que seu impacto por estar disposto a derramar muito sangue (e como está preparado, puta merda) e seu visual nada andrógeno o impediram de protagonizar o jogo...


Fiquei abismado com o fato dele em termos abandonar parte de sua honra e partir pro lado politicamente incorreto pra recuperar não somente o reino de Dalmasca, mas sua dignidade como guerreiro. Parece confuso, mas dentro do jogo funciona perfeitamente, principalmente nos eventos finais.

Balthier - O Cérebro do Grupo


Balthier é um cara maneiro demais da conta, ele foi o meu personagem favorito do jogo por um bom tempo, até Ashe roubar esse lugar...

Visualmente, foi o único que eu curti desde o começo, mas não é só isso que me cativa num personagem e sim sua história.


Balthier é um pirata dos céus e quase o Batman do grupo, o cara que sabe se virar, que tem as melhores soluções na hora do aperto, que bola táticas e faz tudo isso por dinheiro! Ele NUNCA escondeu que no começo se alia à Vaan pra fugir do castelo, depois se une à princesa Ashe e Balthier por mero dinheiro! O cara faz o que faz e deixa bem claro, exige pagamento antecipado, e ta pouco fodendo pro que precisa ser feito pra arrumar uma boa grana.

Basch chega a perguntar ele sobre o motivo de ainda ajudar, e ele diz:

"Dinheiro é a única coisa que eu gosto mais do que solucionar histórias"


Não é literalmente isso, mas é quase. Mas de toda forma, o cara rouba a cena, quando o grupo é preso, adivinha quem os liberta? Balthier!


Ele com as mãos algemadas, pega a lança dos guardas, bate neles, rouba a chave, se liberta e ainda pergunta pro grupo se querem uma mãozinha! 

O cara é foda, e ainda revela umas coisas de seu passado e até tenta corrigir tais problemas durante os eventos finais.

Ele ainda por cima, quando foi preso junto com Vaan, entra numa gaiola e mesmo desarmado ganha de todo mundo na base da porrada. O cara se vira com ou sem armas na maior tranquilidade, mesmo preso ele jamais perdeu a frieza, a mesma frieza que ele manteve quando apontaram uma espada na cabeça dele.

Nervos de aço, seu nome é Balthier.

Fran - A mistura de Elfo com Robin


Honestaente ela é como o Robin do Balthier. Uma vez que ele é praticamente o Batman desse jogo.

Fran é o tipo de personagem que mal fala, só acompanha o fiel amigo Balthier, cujo qual faz dupla há um determinado tempo. Por boa parte do jogo eu a ignorei, ela não tinha a menor relevância pra mim, e não me incomodava em absolutamente nada, justamente por ser totalmente sem sal..

Até eu ver a cena que ela precisa ir pro vilarejo dela e pegar um item que quebrava a barreira de uma floresta. Lá descobrimos que Fran é na verdade uma Viera que saiu da vila, sendo que lá ou se vive como uma Viera dentro da floresta ou se sai de lá e se vira sozinha.

Fran sabia que era a única de sua espécie andando por aí em Ivalice, não é nada comum por lá ver uma pessoa da tribo dela, é uma tribo que tem como hábito viver realmente isolada. Depois de salvar sua irmã que também queria sair, ela ajuda a mesma a voltar pra casa e ela tenta ir junto, mas Fran a impede. Deixando claro que sua irmã não tem a mesma maturidade dela pra enfrentar a solidão de sua espécie e que ela não ta pronta pra encarar isso sozinha. Fran tem culhões pra bancar as próprias ideias com unhas e dentes, mesmo se sentindo sozinha por não ter gente de sua espécie pra lhe fazer companhia.


Vale citar que as Vieras são como os elfos, vivem muito, grandes habilidades com arco e flecha e visão ampliada, altas, só que sem orelhas pontudas e com orelhas de jumento no lugar... A única diferença mesmo é que as Vieras reagem de forma bem incomum quando tem contato com a névoa.

Ela é um Robin Elfo, ou um Elfo Robin. Você decide. Mas ao menos ela tem um background legal.

E não venha me dizer que ela tem participação ativa na história e tudo mais, ela tem é uma bunda redonda parcialmente exibida que deixa os jovens com os hormônios à flor do pê... da pele.

Vaan e Penelo - Os Deslocados


Lembram que eu falei logo acima que algumas coisas parecem ter sido jogadas dentro do jogo e do enredo?

Pois é, esses dois são boa parte disso!

Cada um dos 4 acima tem sua importância, mesmo que Fran tenha menos que os outros 3, ela também tem ligação e participação na história do jogo, enquanto Vaan e Penelo...

...sequer parecem pertencer ao jogo!

É um absurdo, mais um dos rumores que tanto se ouve sobre esse jogo é que ambos foram incluídos pra manter parte da fórmula da franquia viva, Vaan é o protagonista legal e gente boa, o cara que sempre ajuda todos e não é muito diferente de Zidane por ser um bandido bem humorado.

A diferença é que Zidane ainda é levemente engraçado e já é maduro, Vaan além de tudo é bobo, inocente e totalmente inexperiente, mas ele não é aquela coisa forçada do Tidus, ele parece ter sido "jogado" ali dentro.

O mesmo pra Penelo, que é a garota Kawaii e alegre (mesmo que não tanto como Selphie) que ta sempre ali dizendo algo pra motivar. Mas ela mal fala, tal como Vaan, são dois personagens ultra deslocados dentro do enredo.

A importância dos dois dentro da história chega a se aproximar de zero. É incrível como você jogador pode excluir boa parte das falas dos dois das conversas do jogo e vai ver que faz sentido mesmo assim. Se um dos 4 citados acima fossem removidos, poderia perder parte ou todo o sentido. Enquanto Vaan e Penelo são deslocados à pontos inimagináveis. Com direito ao fato do jogo te empurrar situações onde deveriam haver humor com ambos, principalmente com Vaan, que são as piores e mais forçadas possíveis.

Mas nunca chegam próximo do que fazem com Tidus. Ainda bem...

O mais absurdo é que eles não me irritaram, eles só não tem a MENOR importância, e realmente perdem o sentido com poucas horas de jogo e não é de estranhar se você que se liga na história assim como eu jogar com qualquer outro em seus lugares.

Vaan busca realizar o sonho de ser um pirata dos céus mas ao mesmo tempo quer acertar as contas com Basch, que ele acredita ser o assassino. Depois de um tempo, ele descobre que Basch é inocente e fica focado em seguir o grupo e nem sequer lembramos que ele quer ser um pirata do céu. E o pior que ele desiste disso em pouco tempo de jogo sem nenhum motivo aparente.

E Penelo, essa só quer seguir ele. E infelizmente não tem muito além disso. Preferia que não tivesse os dois, ou então que os colocasse dentro de alguma motivação plausível tal como Ashe ou Basch. Mas nem isso o jogo explora. Ao menos eles não ofendem...

...Mentira! Eles ofendem sim. Ofendem a inteligência porque te obrigam a jogar com alguém como se fossem importantes sendo que na verdade se todos os diálogos deles fossem removidos, a história continuaria coerente ou até melhor pela falta de ambos.

Ambos tem o carisma de uma lata de salsichas pra piorar. Eu trocaria os dois por algum dos Garif do jogo NA HORA.

Penelo nem tanto, mas Vaan paga de papagaio de pirata e tenta aparecer de tempos em tempos, chega a ser irritante o quanto tentam te fazer com que leve ele a sério.

Vayne - O Vilão Mais Humano da Série


Eu aposto que muitos vão dizer ou já disseram: "Credo que vilão tosco! Que cabelo ridículo! Que cara de viado!"

Eu concordo que o visual dele nem de longe é dos melhores... Mas nem de longe é dos piores, afinal ele está numa série onde existe Ultimecia, Cloud of Darkness e Kuja...

Mas honestamente, o que eu mais gosto do Vayne é UM fator.

Ele é puramente HUMANO! Ele quer poder, é absolutamente sedento pelo poder, sempre quis e por ser nobre, teve um contato um tanto quanto próximo disso, seu pai é o Imperador e líder de Archadia. Pra poder atingir seus objetivos ele foi ao extremo de matar seus dois irmãos mais velhos e seu pai e só ignora Larsa, o irmão mais novo, por acreditar que ele concorda com seus ideais.

Larsa é um cara muito novo e bem estudado, porém ele acredita que não é necessário uma guerra e tentava de todas as formas montar uma aliança entre os reinos, incluindo Dalmasca e o libertando no processo, deixando Ashe no trono. Porém Vayne não pensa assim, ele quer o poder, e como sabe que os outros povos jamais o entregariam, está disposto a montar uma guerra e trama planos ardilosos à todo instante por isso.

Os irmãos Solidor, personagens muito bons.

Com direito à ser o causador da prisão e tortura de Basch e chegando em Rabanastre, capital de Dalmasca alegando ser seu salvador e protetor, ainda deixando claro que eles estavam desprotegidos, pagando de bonzinho à níveis extremos. Mas ele bem estava disposto a proteger o povo de Dalmasca desde que eles permitissem seu império.

E ele realmente protege o povo dele, o povo que acredita nele. Ele é implacável com seus inimigos mas ainda assim generoso com seus aliados, ele nem chega a matar muito durante o game, somente o pai e dois irmãos mais velhos... Mas uma coisa Vayne faz muito bem!

Ele faz o terror mais obscuro brotar no coração de seus inimigos de forma que até mesmo seu pai, seu irmão Larsa e seus aliados tinham medo dele, mesmo as pessoas com as quais ele era bom sentiam um enorme frio na espinha com sua presença.

Agora, seus inimigos mesmo, principalmente o reino inteiro de Rozzaria, esses sim se borravam de medo. Todos que conheciam Vayne o suficiente e iam contra seus ideais sofriam com a agonia de poder algo acontecer graças à ele.

Só não vou negar que fiquei desapontado de ver ele virando algo próximo do Bane (sim, o vilão bombado do Batman) no final e depois virando aquela coisa ridícula...

Ao menos quando enfrentamos ele normalmente, o cara vem no mano a mano, usando magias e porradas. Ele tem a moral.

Vayne no pouco que aparece durante o jogo tem uma presença forte, de muito impacto e mesmo sem ter feito muito estrago aterrorizava os inimigos com sua mera presença e palavras. Ser vilão não é só o quanto de estrago se pode fazer... É marcar presença, aterrorizar os heróis ou mesmo outros viloes ao seu redor. E isso ele faz muito bem.

Quem me dera se Final Fantasy sempre tivesse um vilão assim.

Continuando...

Os maiores problemas sem sombra de dúvidas são dois!

O gameplay e as músicas. Mas... acalmem-se. Já vou explicar.


A jogabilidade do XII é simplesmente excelente, ela é totalmente programável de forma que se pode jogar somente levando o personagem pra lá e pra cá realizando os eventos de história, e isso é muito bom! Só que eles tiram totalmente a sensação de estar jogando, poderia ser algo programável como Tales of ou Star Ocean mas de forma que suas ações com o personagem escolhido fossem somente suas.

Claro que os Gambits (o nome do sistema) podem ser desativados, mas o jogo não foi feito pra ser jogado dessa forma, sequer o permitiria de forma justa. Esse ponto poderia ter deixado o velho padrão de "andar e bater" como um RPG com elementos de ação normalmente teria, mas ao invés disso optaram por um sistema de batalhas com turnos onde não se entra em batalha aleatória.

Cada cenário que você anda, você chega perto do inimigo e depois de tudo pronto, os personagens sacam suas armas, atacam, defendem, usam magias de ataque ou de cura, usam itens e tudo mais. Tudo é absurdamente permitido e o sistema funciona absolutamente sem falhas, mas a sensação de ainda não estar jogando continua.

Claro que você pode fazer algumas ações por sua conta, mas não tira o fato de deixar TUDO totalmente programável. Como se isso não bastasse, tive um problema ainda maior.

É aí que entra o problema das músicas. Elas são lindas e totalmente bem feitas, orquestradas e tudo mais, mas elas não passam um clima de batalha nem aqui e nem em Ivalice.

E o prêmio de redundância numa história vai para...

O grande problema é elas serem bonitas demais mas sem a atmosfera de uma batalha, não dá pra convencer que tem uma BATALHA ali acontecendo, não convence que você está ali com personagens arriscando a vida enfrentando monstros e matando eles ou correndo algum tipo de risco.

A de chefe ainda passa mas nem é grande coisa, mas fora isso, todas as músicas seguem um mesmíssimo padrão e não existe a menor quebra de ritmo musical pra nada. Se é uma planície, montanha, masmorra, caverna ou floresta, tudo tem um mesmo tipo de música e induz ao sono!

Eu LITERALMENTE dormi jogando esse jogo algumas vezes por isso. Mesmo tendo gostado pra caralho do enredo.

E honestamente, gostei de 3 músicas no jogo inteiro, sendo a que mais curti a de Jahara, a cidade dos Garif.

Nesse jogo inclusive, todos ganharam especiais chamados Quickening. Eles são parte do tamanho deslocamento do jogo e NENHUM deles faz sentido, uma vez que todos podem ter todas as armas e todos usam tudo, aí os especiais são todos igualmente ruins, sem noção e absolutamente sem graça.

Só tem gráfico...

Mas o jogo tem várias coisas positivas.

Primeiramente com uma coisa que a série nunca teve: Desafio!

Não digo de extras, o jogo em si te obriga a treinar, ser cauteloso, trocar de armas com frequência e saber distribuir os pontos na License Board pra que assim tenha técnicas, magias e possibilidades de usar armas e acessários em geral.

Quem jogou até o fim sabe que essas fotos de dondoca da Ashe não fazem sentido.

Como eu disse, você vai ser obrigado a saber programar os Gambits de forma que sempre você se defenda usando algum tipo de status como haste ou protect, que deixe programado pra atacar os inimigos que voam, afinal de contas, espadas só vão pegar, se ele descer perto de você, então o ideal acaba sendo magias... E também programar condições pra itens/magias de cura.

Essa parte estratégica aumenta a dificuldade pra novatos consideravelmente, e é muito positivo uma vez que a série Final Fantasy nunca teve lá muito desafio. Só nos eventos extras mas eu me referia ao padrão do jogo mesmo.

Outro fator é que temos agora um vilão de verdade.

Eu sei claramente o que os outros da série fizeram, sei que Kekfa arruinou a geografia do planeta e que Sephiroth matou um personagem do grupo (se bem que em termos de matar heróis eu ainda prefiro o Freeza matando) fazendo churrasquinho de Cetra... Mas eles não tinham motivações das melhores possíveis.

A do Sephiroth é mais plausível porque ele é um cara alterado em laboratório e acredito que aquela que lhe deus os poderes (Jenova) é sua mãe e faz de tudo pra mante-la viva no planeta. Kekfa em contrapartida não tem um pingo de motivos pra fazer o que faz, ele só passa a perna no Gesthal e depois se funde com os magicites se tornando um deus vivo e detonando boa parte do planeta.

Nessa foto tem um personagem legal e um peso de papel no fundo.

Os dois tiveram seus impactos e gosto MUITO deles, por motivos diferentes claro. Kekfa eu simplesmente gosto porque ele é um vilão "do mal porque sim" que faz estrago pra valer, ele mata, arruina, fode todo mundo e sem muito motivo, isso até me faz gostar dele, mas não da pra encarar isso tudo como profundidade, seria infantil negar a falta de motivos que ele tem.

Assim como Sephiroth, que enlouquece por tudo que acontece ao saber de sua origem, faz aquele estrago por dentro do planeta, sendo necessário o Lifestream e a matéria Holy meio que se fundirem pra impedir o meteoro que ele invocou com as próprias mãos pra poder aniquilar a raça humana deixando assim o planeta todo como um grande jantar pra Jenova...

Mas também não é uma coisa profunda. Confesso que por mais que eu entenda a razão dele, não é profundidade. É simplesmente uma explicação melhor do que o normal, melhor do que outros que assim como Kekfa são "maus porque sim".

Uma bobagem chamada cristal... Sempre presente. Ao menos agora é só um save point.

Por sua vez... Vayne se destaca. O cara é totalmente baseado nos conceitos de uma pessoa normal faria. Qualquer um obcecado por poder no lugar dele teria feito o mesmo, desde que o poder fosse sua prioridade.

Uma vez entendido como o ser humano funciona, como o ser humano é um bicho mesquinho e que tem necessidade de controle, fica fácil simpatizar com Vayne apesar do seu visual péssimo e escroto.

Em contrapartida com Vayne, os dois vilões do jogo que mais aparecem, no caso Dr Cid e Gabranth apresentam inicialmente ideias de uma coisa e se vira pra outra do nada, Dr Cid parece querer algo maior com o choque de poderes dos Nethcites e Gabranth parece ter inveja do irmão pra ter ferrado com ele... Mas na verdade não, Dr Cid só queria virar um deus vivo e falha miseravelmente e eu não contive os risos disso, e Gabranth não era invejoso e sim tinha um motivo maior por trás de tudo isso que fez incluindo sua visão de mundo e não uma mera invejinha, um tremendo personagem desperdiçado.

A abordagem dos irmãos inimigos poderia ser boa... Mas acabou sendo patética.

Entretanto, os dois são ultra mal explorados, eles tem "fim" mas não tem "começo" e "meio". Assim como Reddas, que é outro personagem interessante e se o jogador vê os 3 e não os entende, ninguém pode culpa-los. Porque o jogo não apresenta devidamente os 3 de forma que você os entenda, chegando ao extremo de dar espaço pra uma interpretação por algo que deduzimos e não com base no próprio jogo em si.

O único que foi devidamente explorado dos "vilões" menores acabou sendo Vossler, que traiu o grupo por um motivo maior e tinha uma motivação pessoal convincente, mas fizeram o que? Mataram ele no começo do jogo e deixaram espaço pra vilões piores.

É Square-Enix... Tá difícil acertar a mão em Final Fantasy, que tal deixar a franquia por conta de quem fez Legend of Mana ou Chrono Cross pra ver no que dá? Tenho QUASE certeza que daria mais certo.

Talvez, Final Fantasy XII deveria ter outro nome, eu duvido que ele teria o ódio que tem dos fãs mais puritas, provavelmente o jogariam com outros olhos e apreciariam muito mais o jogo em si, e como vivem dizendo, certas coisas é dar pérolas aos porcos...

E tem mais, SquareEnix depois dele fez o que? Uma linha reta de 60 horas com o nome do décimo terceiro jogo da franquia. Honestamente, os fãs às vezes tem o que merecem mesmo. Square é uma empresa preguiçosa faz tempos e que sabe que vai vender somente pelo nome, e não é necessário muita coisa pra provar isso... E quando ela se esforça de verdade na sua franquia principal ela não tem o devido reconhecimento.


Tanto é que como eu disse, de longe ele tem coisas ruins como o final PÉSSIMO que dá destaque pra quem não merece durante o jogo e nem preciso falar de quem me refiro, se ler pouco acima vai entender, além de alguns elementos jogados do nada como um dos protagonistas ser filho de um dos vilões da forma mais idiota e forçada possível sendo apenas citada em UM diálogo.

Mas ele tem mais coisas boas do que ruins, apesar das músicas induzirem ao coma mortal, como por exemplo uma história que apesar dos passos de tartaruga, se desenvolve muito bem e de forma natural e mais simples que o normal da franquia, porém menos ofensivo. Justamente porque esse jogo não finge ser o que não é como a esmagadora maioria.

Muita coisa parece ter sido ceifada ou mesmo incluída de última hora... Mas além de tudo isso, é um jogo pra encarar sem preconceito.

Principalmente se você conseguir quebrar a barreira da sonolência que o gameplay junto com as músicas podem causar, porque se conseguir, vai ficar cerca de 300 horas jogando pra pegar tudo e posso assegurar, fiz pouca coisa extra e elas não são chatas, a maioria é bem divertida, eu só não animei de pegar tudo pelos motivos que já mencionei. É um jogo completo e com história muito melhor que a maioria da franquia e totalmente massacrado pelos fãs mais alienados da série.

Quando dizem que ele ta errado... Saca só a resposta.

Mas apesar de tudo, e que eu mesmo não me imagino jogando ele uma segunda vez...

Ele é um bom jogo. Definitivamente um bom jogo, muito completo, com um universo muito rico e notavelmente problemático por questões empresarias numa tentativa tosca de manter a fórmula da série viva... O que fez ele perder bastante do que bem poderia ser.

Friamente falando, o que levou ele a ter isso pouco importa, esses problemas existem mas não tiram o mérito desse jogo de ser diferente do resto da franquia pra melhor.

9 comentários:

Ryu disse...

Eu imaginava que tu fosse curtir esse jogo justamente por não ser igual um Final Fantasy tradicional.

Engraçado que eu não gostava dele também na época em que foi lançado, não gostava dos personagens por não serem "japoneses" o suficiente, achava a história tediosa e não gostava do gameplay "automático". Porém foi só eu dar outra chance que virou um dos melhores jogos da série na minha visão, no fim das contas eu só era um weeaboo idiota na época mesmo.

Juninho! disse...

Exatamente, eu acabei curtindo ele apesar dos problemas e principalmente das musicas indutoras de coma, mas fiquei surpreso com Basch, Balthier e principalmente Ashe terem backgrounds pouco melhores que o normal da série e isso me ajudou bastante a curtir.

Leandro"ODST Belmont Kingsglaive" Alves the devil summoner disse...

excelente post, Junin.

sobre o FFXII ser odiado...realmente eu nem mesmo sei explicar e nunca ouvi algum motivo válido para isso. é aquela coisa: desde o FFVII, os fãs entram naquela coisa: "ame ou odeie" eu perguntei aos meus amigos, irmão e primo na época e ambos somente disseram apenas "não gosto e gosto". sem explicar o motivo, simplesmente porque sim.

eu mesmo esperava que FFXII tivesse alguma conexão com o FFTatics, mas somente o mundo é igual. pois eu não achei nenhuma referência a esse, tem os GFs/Summons, mas não tem as "pedras do Zodiaco" ou nem há nenhuma menção delas...

"Ashe é uma princesa REALMENTE forte. Lembra de Rosa, Celes, Tifa ou mesmo quase qualquer outra mulher de Final Fantasy onde em ALGUM MOMENTO por alguma situação, por mais forte que elas sejam, algo acontece e as fragiliza pro macho fodão aparecer e salva-la pra que assim possamos levar ele a sério..."

no caso da Tifa...menos....bem menos, enfim...

talvez um dos motivos do pessoal ter repudio ao jogo é justamente essa parte, Ashe (e na minha opinião, o Barsh também) é a VERDADEIRA protagonista...mas porque raios Vaan está longo na frente da capa do jogo? isso confundiu a maioria. acharam até que eles fariam um casal e tal, mas (graças a Deus!!)isso não acontece e o "protagonista" fica deslocado em quase 90% do jogo. e os "coadjuvantes" tem mais importância na trama... aí pelo pessoal aqui fala, FFXII é um Final Fantasy sem "real" protagonista. acho que porque a maioria não jogou até ver o desenvolvimento da Ashe na trama e preferiram jogar RE4.


Juninho! disse...

Exatamente meu amigo, a Tifa tem menos bobagem em torno dela, ela realmente passa a impressão de forte o tempo todo principalmente por ser madura o bastante pra engolir o fato de que Cloud gosta de uma defunta e ela ali rebolando no quibe dele sendo ignorada. Mas ela não desfaz de ninguém ou da memória da Aeris por isso.

E Tifa quando ficou presa, saiu sozinha, na base da força bruta, enfiou o tapa na cara da Scarlet com tanta força que a gente fica com pena daquela puta loira.

Mas ela infelizmente foi fragilizada em um ou dois momentos, mas no final pelo menos ela salva o Cloud na base da força bruta, mas vamos lembrar que quando Cloud quase caiu do precipício o que salvou ele foi aqueles dois melões gigantes e altamente hipnóticos... Algo como:

"Não posso morrer, esses peitos me chamam"

E aí ela deu a mão e ele pegou.

Mas concordo contigo, Ashe e Basch por motivos distintos tem sim maior aparição, porém Ashe amadurece e Basch já entra maduro, ele só prova isso contra Gabranth e justamente nessa luta onde Ashe acorda onde decide destruir o Sun-Crystal ao invés de usa-lo contra Archadia (o que ela pretendia, afinal ela queria esmagar o império com inocentes e tudo mais) mas ao invés disso decide ir somente no foco, no caso, Vayne.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Faz uma postagem argumentando sobre o Final Fantasy 13 que dizem ser o pior de todos

Juninho! disse...

Quando possível, farei sim, primeiro preciso conseguir começar essa abominação em forma de jogo...

Anônimo disse...

Se conheceu Zelda - a link to the past recentemente, podia xeretar uns títulos da Square que saíram para o SNES (Secret of Mana por exemplo é dever e obrigação)

Juninho! disse...

Com toda certeza jogarei ^^